sábado, 17 de março de 2012

''vestindo o verde, o branco e o laranja!'' - por luiz santos (de novo)

...mais uma do agora sócio, Luiz Santos! em homenagem ao dia do trevo, do verde, da cerva e de St. Patrick.
é bom eu voltar a escrever em alto nível logo, o rapaz tá comendo a caneta.


beijo e fui.


por Luiz Felipe Santos


Do descobrimento à Proclamação da República, o catolicismo foi a religião oficial do Brasil, devido a um acordo de Direito de Padroado firmado entre o Papa e a Coroa Portuguesa. "E daí?!" questiona você. Tendo em vista a importância e a influência da Igreja Católica na formação do estado brasileiro (e uma quantidade absurda de feriados santos que temos!), é de se espantar que o dia de São Patrício passe quase desapercebido, ainda mais se levarmos em consideração a forma como esse dia é comemorado. 

Todo dia 17 de março - data da morte do missionário cristão - é feriado religioso na Irlanda. Diz a lenda que St. Patrick nasceu como Maewyn Succat no século IV, na Grã-Bretanha. Aos 16 anos de idade, sua família e sua casa foram atacadas por ladrões irlandeses. Foi sequestrado, levado para uma ilha longe de casa e forçado a trabalhar como pastor. Foi durante seu tempo como um escravo que virou-se para Deus. Tempos depois escapou e retornou à casa de sua família. Iniciou então sua vida religiosa e retornou para a ilha de onde tinha fugido para pregar o evangelho, convertendo centenas de pessoas. Para explicar como a Santíssima Trindade era três e um ao mesmo tempo (a pagões e celtas, que eram politeístas), utilizava um trevo, e por isso o mesmo tem papel importante na cultura do país. Tão importante que na rebelião de 1798, na esperança de propagar seus ideais políticos, soldados irlandeses vestiram uniformes verdes no dia 17 de março, na esperança de chamar a atenção pública à rebelião. A expressão irlandesa "the wearing of the green" (''vestindo o verde''), significa usar um trevo ou então outra peça de roupa em referência aos soldados rebeldes.

Hoje a festa é sinônimo de uma boa bebedeira, principalmente da Stout - estilo de cerveja adorado pelos irlandeses. Mas nem sempre foi assim. Começou sendo comemorada com banquetes dedicados ao padroeiro e foi ganhando formas religiosas mais acentuadas, com missas e outras atividades que tomavam o dia todo. Por ser durante a quaresma - tempo em que os católicos devem jejuar, fazer promessas diciplinares e outros sacrifícios - se tornou uma válvula de escape para saciar o desejo por uma boa cerveja, outras indulgências e quem sabe até uns bons pecados, criando um perfil ainda mais festivo para a data comemorativa.
Dessa forma, hoje, dia 17 de março, é dia de vestir o verde e fazer farra regada a Stout e IRA (não o grupo terrorista mas sim a Irish Red Ale). A secular, lendária e irlandesa Guiness é o carro que abre os desfiles nessa grande parada de cervejas, com seu forte sabor e aroma de café. De palato forte pede um prato a altura: acompanha muito bem guisados de carne ou queijos de caráter forte. Na Inglaterra é comum quando se faz panquecas usar essa cerveja como componente líquido. E as brasileiras também estão na festa - e não fazem feio! A cervejaria Colorado, de Ribeirão Preto no interior de São Paulo, elabora já tem alguns anos o "chopp verde", uma variação da ótima pilsen Caium.
Vale a pena conhecer e degustar. Pra mais informações, seguem 2 links:
Para uma experiência completa, vale escutar umas músicas do Shane MacGowan & The Popes enquanto prepara as panquecas.  


Panquecas irlandesas com Guiness:

- 3 xícaras de farinha de trigo
- 3 ovos
- 250 ml de Guiness
- 1/2 de xícara de leite
- 1/3 de xícara de manteiga derretida
- 1 pitada de sal
- 2 colheres de sopa de açúcar

Separe as gemas das claras dos ovos.
Bata as claras até ficarem firmes.
Enquanto isso, junte em um outro recipiente a cerveja, o leite e as gemas e bata até que a mistura fique uniforme.
Junte a farinha, o sal e o açúcar à mistura.
Adicione as claras.
Esquente a frigideira, unte com um pouco de manteiga e espalhe a massa.
Normalmente, as primeiras e as últimas panquecas não ficarão tão boas quanto as demais. Isso porque a primeira você usa pra acertar a quantidade de manteiga e de massa necessária para fazer uma panqueca; já na última, pode ser que falte massa.

cheeeeers!!!